Entrevista com o Autor : Joyce Sá




Oi pessoal, tudo bem? Hoje trago para vocês uma entrevista que é muito especial para mim, porque ela é a primeira de uma série de entrevistas que teremos com alguns autores, e essa pessoa ela e incrível, além de escritora de um livro de sucesso chamado A Maldição da Floresta ela  é taróloga, desenhista, pintora , uma artista de várias faces e talentos.... Escritora desde os 15 anos , Joyce H. O. Sá, desde então encontrou na arte, seja ela por meio da escrita ,dos desenhos , da dança uma forma de expressar seus sentimentos..... Então sem mais enrolação vamos a entrevista? 


Olá Joyce Tudo bem? Inicialmente quero lhe agradecer por ter aceito o convite de participar dessa entrevista e é um prazer ter você por aqui no nosso blog.


1.Primeiramente, você pode falar um pouquinho sobre você?

Não acredito que tenho muito para falar sobre mim. Nasci na capital paraense, mas fui criada em uma cidade pequena chamada Irituia. Posso dizer que desde criança a minha imaginação era um tanto peculiar, eu já me identificava muito com Artes e talvez no fundo sempre soubesse que eu ia tomar esse caminho. Desde minha infância até agora eu fiz aulas de dança, de diversos gêneros, fiz aulas de música, aprendi a desenhar e pintar, por fim aprendi a escrever. Admito que sempre tive facilidade para conquistar as cosias que me interessavam intelectualmente, palavras nunca foram um empecilho para mim. Só números mesmo *risos*. A ideia que eu tenho sobre mim não é narcisista, tão pouco o “sou diferente das outras garotas”, mas é sobre ser individual. De uma forma tão única que chama atenção e conquista as pessoas. Às vezes eu mesma não consigo enxergar o meu diferencial, mas eu sinto ele como se fosse algo palpável e eu vejo nos olhos das pessoas que elas também podem identificar.


2. Quando você percebeu que queria ser escritora? De onde veio esta paixão?

Eu notei que gostava de escrever com 15 anos, no meu primeiro ano do ensino médio (2015) quando meu professor de literatura Azariel Meirelles propôs um novo tipo de avaliação. Todos deveriam fazer um conto, os dez melhores iriam para um livreto que ele mesmo publicaria e lançaria na feira da escola. 
Foi algo extremamente competitivo para mim, de quarenta pessoas apenas dez conseguiriam. Isso fala muito sobre os selecionados, não sobre a falta de capacidade dos demais (isso não existe), mas sobre a criatividade peculiar que cada um dos dez teve. 
Eu admito que consegui criar a minha história por causa da banda Nickelback e sua música Gotta be somebody, uma música linda que fala sobre amor a primeira vista. Ou melhor, sobre amor. Um amor épico que pode ultrapassar qualquer problema e era sobre isso que eu queria escrever no meu conto de dez páginas (que no final acabou se tornando trinta e o professor acabou por reduzir *risos*).


3. Sei que é clichê perguntarmos aos autores de onde eles tiram ideias… Mas, sério, de onde você tirou a ideia para escrever. Existe algum autor/autora, ou até mesmo um livro que de alguma forma te inspira?

Eu sempre li livros. Minha mãe merece todo o crédito, ela, Maurício de Souza, Ziraldo entre outros artistas que escrevem almanaques e gibis. Eu era fissurada quando era criança e a minha mãe comprava sempre que podia ou ia na capital, ela diz que adora a expressão que vem no meu rosto quando eu ganho livros ou coisas do gênero. 
Mas a minha inspiração não vem muito do mundo literário, mas sim do artístico e cinematográfico. Estudar Artes foi a minha perdição, apesar de ser moda e Van Gogh ser um renomado artista que tem minha total admiração, eu me dei por vencida com Salvador Dalí. A loucura expressa em seus quadros, o jeito peculiar de ser como pessoa. A loucura, é isso que me inspira, dois universos principais Coraline e Alice no País das Maravilhas, sendo o último bem mais recorrente. A profundidade dessa fantasia é sedutora e a falta de ligação com a realidade é apaixonante, não há nada mais inebriante que a loucura. A última coisa tão forte quanto esses universos são as músicas, elas me permitem criar cenas, personagens, histórias inteiras com apenas uma melodia. E pode ser literalmente qualquer melodia.


4. Quais são suas maiores influências literárias? Quais autores mais influenciam seu trabalho como escritora?

Minhas influências são mais cinematográficas e musicais como disse anteriormente. Mas Lewis Carroll e Neil Gailman são ótimas inflências, mas já li muitos e muitos livros de fantasia que despertaram a paixão em mim. Guerra dos Fae, A Maldição do Tigre, Perdida, Instrumentos Mortais, clássicos da Nora Roberts, variantes do País das Maravilhas como O Lado mais Sombrio e o que anda bem em alta que é Corte de Rosas e Espinhos; apesar de ler sempre muitos romances eu sou mais vidrada em fantasia. Ainda assim eu nunca li os clássicos como Senhor dos Anéis, Nárnia ou Harry Potter. Um dia eu leio as grandes obras, mas por enquanto só vi mesmo as adaptações de alguns em filmes como Crepúsculo.


5. Seus personagens são baseados em pessoas reais ou são totalmente fictícios?

Meus personagens são partes das várias faces do meu spectro que eu chamo de “personalidade”. As pessoas que me conhecem podem identificar uma ou várias partes de mim nos personagens, obviamente a maior parte está na Khéssia e no Noah, mas todos eles possuem uma ligação comigo ou com uma música específica. Provavelmente o único personagem que não é de fato apenas meu é o Levi, pelo fato de ser criança precisei me inspirar em uma criança para desenvolvê-lo e para isso usei como base o meu primo mais novo Eduardo, temos onze anos de diferença então eu sempre fui muito maternal com ele, tive uma experiência semelhante a que a Khéssia e o Levi possuem, consigo escrever as falas e prever as ações com base nos anos que cuidei dele e o vi crescer.


6. Você inicialmente começou escrevendo seus livros no wattpad, você poderia nos contar um pouco como é escrever na plataforma e como foi ocorrendo o desenvolvimento das histórias que você escrevia por lá?

Sinceramente, a plataforma é estressante em alguns pontos e parece dificultar a vida do escritor e do leitor a medida que o capitalismo se infiltra lá. Mas acontece. Particulamente eu usava o word, depois usei o libreoffice, depois retornei para o Word. Ocorre que em 2015 ao escrever meu conto eu prometi para mim mesma transformar o conto em um livro e em 2018, no meu primeiro ano do curso de Direito, comecei essa jornada. Nossa, como eu odiava tudo que eu escrevia, meu talento foi um dom de fato, nunca fiz curso ou algo parecido, mas também foi resultado de tentativa e erro. Hoje eu consigo escrever diversos livros, já peguei a prática, mas no começo eu detestava. Nada parecia bom o suficiente. Em 2020 eu finalizei o primeiro livro “A Maldição da Floresta”, eu escrevia os capítulos no Word e depois abri o Wattpad copiando e colando o conteúdo do capítulo, sempre esperando a reação dos meus leitores. Em 2021 o processo foi mais rápido, “O Tormento da Rainha” saiu em seis meses, eu escrevi ansiosamente cada capítulo mostrando um novo lado da história, um lado onde os personagens erram, mentem e matam. Uma similaridade que aproxima os personagens do que seria nosso mundo real. Agora desenvolvendo o terceiro livro eu ainda sigo os mesmos passos, escrevo no word (sempre usei o notebook – demorei para descobrir e adaptar a formatação certa das folhas) ouvindo músicas que me inspirem o sentimento em questão, copio e colo no wattpad, procuro imagens no Pinterest para o capítulo e então publico.


7. Você faz alguma outra coisa além de escrever ?

Eu sei pintar, desenhar, também arrisco o básico do teclado e do violão, já fiz balé e também danças coreografadas, estudei Direito por quatro longos anos, estou aprendendo a bordar e também já fiz aulas de crochê. Faço designs, de muitos estilos, sou a responsável por todas as capas dos meus livros (e vou continuar sendo). Meus talentos são quase todos destinados a áreas artísticas, mas tenho outros desejos como canto e teatro. Além de tudo eu sou taróloga, as cartas são minhas amigas, sempre me contam o que preciso saber do futuro, as pessoas acreditem ou não.


8. Recentemente você desistiu do curso de Direito para se dedicar a escrita , como foi essa transição? E o que levou você a tomar essa decisão? O que você espera da carreira de escritora?

A transição está acontecendo, mas é tão natural que é como se eu voltasse aos meus 17 anos e pudesse escolher respirar por um ano antes de decidir o meu futuro. Muitas pessoas erram ao pensar que estou saindo do curso porque o odeio, ou criei um dessabor, é exatamente o contrário, foi ele que mostrou muitas camadas da sociedade e outra visão de mundo. As experiências e as pessoas que eu conheci me transformaram de inúmeras formas, era algo que devia acontecer, eu sempre tive chama para sair de casa e ir para longe e isso não passou. Eu adquiri todo conhecimento que gostaria dessa faculdade e saio dela muito feliz por isso, porque foi nela que eu me redescobri, eu me peguei escrevendo e notei que adorava isso tanto quanto pintar ou ouvir música, a única diferença é que não farei artigos acadêmicos *risos*, mas sim histórias emocionantes. Não existe uma resposta para o que me levou a isso, é simplesmente da vida. Eu realmente vou parar o cursos para tratar a minha depressão (um mal dos artistas pelo visto) e o borderline, mas é mais do que isso. Eu li em algum lugar que uma pessoa que nasce para a arte está fadada a ela para o resto de sua vida e não adianta tentar escapar, e realmente, não adianta mesmo. Em cada pedaço da sua alma você a sente e cada espaço da sua mente você reconhece o que deve seguir. Mas o mundo e a forma que somos criados nos força a evitar empregos que não caibam na “caixa” e artistas são renegados, e acredite, não há nada pior do que afogar sua alma, porque nunca adianta, o chamado nunca tem fim. Você é a arte e ela é você, eu apenas aceitei isso. E eu admito que demorei para aceitar graças a sociedade, mas era algo que no fundo eu sabia, meus amigos sabiam, minha família notou e a minha mãe sempre presenciou, tanto que sempre me incentivou: mesmo quando rabisquei e pintei as paredes do meu quarto, ou quando gastei horrores em livros e tintas, ou quando ela gastou muito dinheiro apenas para me dar conjuntos de lápis, canetas, giz etc. da Faber Castell apenas para me incentivar. O que eu espero? Apenas o que as cartas me mostraram, a vantagem de ser vidente está nesses detalhes, reconhecimento. Admito, quem não deseja ser milionária, não é mesmo? Mas é mais do que dinheiro, é ter reconhecimento e trazer reconhecimento para escritores nacionais, para o meu estado, levando a minha cultura e dando o meu coração para cada leitor. E serão nesses detalhes da minha carreira que ela se expandirá.


9.Para finalizar você poderia dar alguma dica de ouro para quem não tem qualquer experiência e está querendo tirar os projetos literários da gaveta?

Tentativa e erro. Eu errei diversas vezes e ainda tenho os rascunhos vergonhosos, mas eu não estaria aqui se não insistisse. Isso também vale para a vida, para todos que escrevem fugindo do seu vazio no peito ou da sua vida cheia de escuridão, usem disso para ter inspiração, para dar ao mundo o que outros como nós desejam, palavras que expressem a dor, a solidão porque apenas pessoas que estão no mais completo vazio compreendem os que também estão em um poço sem fundo. Não precisam se desesperar para entregar algo, não atendam as vozes alheias que muitas vezes só desejam sua desgraça. Se apeguem a sua intuição, toda vez que escrevo algum capítulo eu sinto a música e expresso cada dor ou alegria do meu coração, e eu não paro de escrever até sentir que acabou. É como uma dança lenta com alguém inebriante. Você escreve, escreve, apaga, muda as palavras, muda as músicas, chora, grita, fica alegre e quando vê acabou o capítulo. Apenas pare de escrever quando sentir essa chave fechando dentro do seu peito e a sua mente dizendo que você fez um bom trabalho.


 







A estante de Joyce

  • O primeiro livro que você leu
Até hoje não lembro o nome, mas li tantas vezes que sei a história completa. Um rapaz chamado Marcelo vivia no interior com seus pais e ele tinha pouco estudo quando seu pai tem a chance de ir para a cidade trabalhar cuidando dos galinheiros de um senhor rico ele tem a chance de estudar, mas ele é o mais velho de sua turma e acaba sendo alvo de chacotas, mas ele é tão esforçado que sua professora o ajuda. Até que eles se apaixonam, mas o pai dela nunca permitiria algo assim e tenta separá-los depois que ele se forma. Em certo momento do livro ele acaba sofrendo um acidente e ela pensa que ele está morto, anos depois ela reencontra um homem bonito, bem de vida, que o lembra bastante Marcelo, um dia ele revela ter sobrevivido no acidente. Ah... acontece muitas outras coisas, mas ela acaba descobrindo ter um cancêr e eles se mudam pro interior tendo uma vida calma e pacífica para a saúde dela. E terminam juntos.
Se alguém souber o nome, por favor me digam.

  • O livro que você está lendo
Eu estava lendo Indomada, da Carina Rissi, uma autora brasileira, mas já acabei. Não iniciei outro até o momento.

  •  O livro que mudou sua vida
Não é narcisimo, mas o livro que mudou a minha vida foi o meu “A Maldição da Floresta”. Ele começou algo muito maior do que eu, uma coisa esplêndida que estou tentando terminar.

  •  O último livro que lhe fez chorar
Os últimos capítulos do terceiro volume de AMF, como eu disse eu preciso chorar junto com os personagens. Destruir o meu coração como uma verdadeira leitora. E tudo que “Entre a Cruz e a Espada” trouxe essas últimas semanas foram lágrimas.

  • O último livro que lhe fez rir
Indomada, da série Perdida (Carina Rissi).
  •  O livro que você não conseguiu terminar
Quem é você Alaska? Sinto muito, mas eu não tive paciência no mundo para enfrentar aqueles capítulos arrastados. Não nasci para os livros do Jonh Green.



Sobre a autora : 

Joyce H. O. Sá : Nascida e criada no interior do nordeste paraense a melhor , tendo os livros como sua melhor companhia pois segundo ela os livros a levam a lugares incríveis e aventuras extraordinárias. 




Essa foi a nossa entrevista com essa pessoa incrível que é a Joyce , e eu queria agradecer novamente por ter aceitado, por ter tirado um pouco do seu tempo para responder a essas perguntas.

Eu vou deixar o perfil dela aqui embaixo para quem quiser conhecer os livros dela ( Vocês não vão se arrepender , os livros dela são tudo de bom ) 



Esperamos que você tenha curtido esta entrevista mais que especial e  continue navegando pelo Resenhando para conhecer outros artigos

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Wattpad : 5 fanfics que viraram filme

Um chá e um livro : Só por uma noite

Para Maiores : 10 livros para quem gosta de leituras apimentadas